sexta-feira, 1 de abril de 2011

Intolerância.


Ligo o noticiário e vejo as notícias. Muitas delas repetitivas para mim. “Homem mata criança que vinha da escola”. “Favela no Rio foi invadida por traficantes do Morro vizinho”. “Deputado é flagrado recebendo propina”. “Cresce o número de mulheres chefes de família no Brasil”.

O que está acontecendo com o mundo?
Agora volte e pare no tempo. Relembre dos tempos em que éramos somente criança. Brincando nos quintais de nossas avós. Sem o menor medo de sermos surpreendidos por algum pedófilo, estuprador ou bandido.

O tempo passou e as coisas evoluíram, transformaram-se, mudaram de paradigma. Esse é o preço do progresso pelo qual temos que pagar?
Acredito que mudamos interiormente, sem nos questionarmos ou até mesmo estudarmos para tal mudança comportamental.

O ser humano com o passar dos tempos passou a ser mais intolerante, intransigente e inflexível.

A primeira pessoa do singular passou a ser mais utilizada (EU ME AMO, EU POSSO ISSO, EU SOU INDEPENDENTE). Deixando pra trás toda aquela vida antes vivida, julgada de antiquada ou arcaica aos moldes atuais.

Passamos do namoro sério e compromissado ao casual ou eventual, ficar ou enrolar-se com alguém. Apenas a “fugidinha” ou “ei, psiu, beijo me liga”  das músicas hoje reverenciadas e cantadas pelo público adulto e juvenil.
Mas o que isso tem haver com os acontecimentos atuais?

Deixamos de amar. E logo todos os seus sinônimos se foram também: tolerar, perdoar, ajudar, zelar, etc. Perdemos a nossa essência. Somos reflexo de nossa criação. Dos "bons" exemplos agora pleiteados por nossos "pais".
Todo ser humano ao nascer necessita de cuidados e de amor. Necessita de exemplos e de sentimentos para que ele possa ter referenciais na vida. Caráter, personalidade, objetivos e determinação. Todos ele pré-determinados desde o período de gestação. A mãe necessita estar preparada para esse momento mágico e ter apoio de seu parceiro para a referida fase.


Durante o seu crescimento, seu acompanhamento passa a ser redobrado com os diálogos, seu controle de horários, sua recreação, alimentação e seu rendimento escolar. Tudo isso com o devido apoio familiar e com aqueles velhos ensinamentos empregados por nossos pais, do tipo “se isso não é seu, não pegue”, “devolva o lápis do coleguinha”. Hoje esses modos são julgados arcaicos, pouco visto e raramente utilizado na nossa sociedade moderna.
Complicado, né? Mais isso é ter filhos, isso é criar descendentes dignos para viver neste mundo. Explicando-os sempre que não somos perfeitos, somos passíveis de falhas e erros.

E casar, não é brincar de namoro nem de paquera. Constituir família requer cuidados e amor. Caso contrário, case quando se sentir-se maduro ou simplesmente não case (você tem o livre arbitrio).

Seja capaz tolerar, amar e perdoar(pois assim o fazemos com nossos pais e irmãos não é verdade?). Todo casamento tem seus dias de paz e de guerra. E só sobrevive hoje com o amor mútuo de todos os seus integrantes. Amando na riqueza e na pobreza. Na saúde e na doença. Na alegria e tristeza de um lar.
Isso chama-se BASE FAMILIAR. Que nos sustenta e nos solidifica com o passar dos anos. Pois a cada problema hoje encontrado na minha vida conjugal me faz remeter a tudo o que já vivi.

Recordando-me de histórias de força e superação. Seja ela de minha própria mãe ou até mesmo de uma vizinha que tinha o marido alcoólatra e que cometia atrocidades com eles devido a bebida. E mesmo assim ela não entregou-se aos problemas, nem um dia de sua vida. O ajudou a sair do alcoolismo e a salvar sua família.

Um símbolo pra mim de luta e de glória. Um referencial de família. Sendo que hoje a maioria dos casais diante da mesma situação se separaria, sem um pingo de amor e consideração aos anos felizes vividos.



A realidade é dura e divorcia-se e separa-se virou moda. Sem falar da celebração dos casamentos que viraram um verdadeiro show para os promoters. Tudo ficou tão superficial que no primeiro erro cometido pelo parceiro, o casamento desmorona-se em questão de meses (como por exemplo, o casamento do jogador “Pato” com a atriz “Sthefany Brito”)
Como educadora, sei das revoluções na nossa sociedade e também o quanto nossas crianças sofrem sem um referencial de pai e de mãe. Seja na escola ou no seu convívio familiar e social.


Fato este comprovado por estudos psicológicos hoje repassados por disciplinas nas áreas de licenciatura. Temos mais homossexuais e crianças portadoras de necessidades especiais e muito menos escola preparadas para recebê-los e a sociedade despreparada a aceitá-los. E os pais separados? E os traumas? E a saudade por eles sentida no dia dos pais no ambiente escolar? E das mães? Já se colocou no lugar deles por um segundo? Existe o dia do homossexual? Parece que evoluímos em tudo, menos em lidar com os sentimentos alheios.


Filhos são sementes que devem ser cuidadas a cada dia e a família também, pois sem o conjunto não teremos a concretização de nossos sonhos.
E a vida é feita de fases. Se você ainda não viveu as outras fases (sejam elas de namorar, sair e paquerar, farrear, ficar, dançar etc.) espere sua hora vai chegar e não se precipite em casar-se. Dê tempo ao tempo. Viva! E quando achar que viveu tudo o que tinha para viver, prepare-se para viver essa fase.


Mas se sua hora chegou, fique atenta há um detalhe. Não deixe que nada destrua o que anos você construiu, seja ele de namoro ou até mesmo de vivência. Seja essência e não aparência. Abra seu coração e não se deixe influenciar por pensamentos ou pessoas obscuras. Seja boba, idiota (como muitos julgam) e perdoe seu companheiro. Só você sabe de sua trajetória e da sua vida a dois. Deus lhe quer feliz, cabe a você reconhecer a felicidade e o dom de viver a dois. Pois não existe homem perfeito e a nós cabem as imperfeições.


P.S: Após assistir o filme Amor sem Escalas, pude compreender o quanto é falida, na minha concepção, essa propaganda de que estar solteiro e ser realizado profissionalmente é sinônimo de felicidade. Assista você e tire suas próprias conclusões!
[Fabíola Belleza]