Depois de rever várias comunidades nas redes sociais pude constatar o quanto essa historinha de inveja rende nesse mundo virtual. A própria representante do nosso Estado de Roraima em um reality show já participava de comunidades e já se sentia invejada antes mesmo de participar do programa. Até mesmo os usuários que manuseiam e comunicam-se na rede se sentem vítimas dessa febre inescrupulosa. Pessoas normais como qualquer outra... Basta um click e você estará em um mundo de correntes, merchandising, olho gordo e cobiça.
Mas o que é a inveja mesmo?
Segundo meu melhor amigo de consultas e pesquisas, inveja nada mais é que “sentimento em que se misturam ódio e desgosto, e que é provocado pela felicidade e prosperidade de outrem”. (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 1.0)
Então antes mesmo de adicionar qualquer comunidade e de sentir-se invejado, molestado ou até mesmo agourado, no linguajar popular, analise os fatos para tal julgamento.
Lembro-me da época escolar onde sempre encontramos o mesmo tênis (como por exemplo, o tênisall star) nos pés de vários estudantes, rico em cores, estampas e detalhes. E sem contar com a fase que estamos vivendo, onde qualquer coisinha dita ou comprada gera um monte de intrigas, brigas e rixas pessoais no âmbito escolar.
Mas será moda ou inveja de uns para com os outros? E aquela menina que comprou a mesma calça que a sua? E o corte de cabelo moicano mais usado no momento pelos adolescentes? Quem será está invejando quem? Ou será moda?
O tempo nos faz crescer e amadurecermos cada vez mais. Ele ajuda uns, outros nem tanto. Às vezes para pra alguns. Pois cada um tem sua vida e seu ritmo individual. Cada pessoa é um caso específico.
Escrevendo este texto me remeti ao tempo de faculdade, onde grande parte das minhas amigas estavam desempregadas, eram simples acadêmicas com sonhos e desejos. Jovens meninas de 20 e 21 anos, que se preparavam para os concursos públicos em horários paralelos aos de aula. Muitas das vezes extrapolavam o horário com seus estudos à noite na biblioteca.
Chegaremos lá, depois de contar-lhes a situação atual da maioria delas. Seus sonhos se tornaram realidade.Hoje estão muito bem empregadas em instituições e departamentos públicos.Tudo conseguido através de concurso público, lhes garantindo uma vida profissional instabilizada e aposentaria assegurada. E aqueles sonhos antes vividos na fantasia, já estão sendoconcretizados (carro, casa, viagem, etc.).
E o mais interessante da vida é que não tenho nenhuma inveja delas (e elas sabem muito bem disso). Bem que poderia sentir tal sentimento né? Afinal crescemos almejando nossa realização profissional e pessoal. Mas pra quê e por que sentiria isso?
Já vivi de tudo um pouco, já realizei grande parte dos meus sonhos, já ganhei presentes caros, já viajei e já morei diversos lugares,já passei fome, já comprei aquela calça jeans caríssima do shopping, já usei lente de contato, já passei em concurso público sem estudar, já fui paquerada pelo cara mais bonito da festa, já fui gorda e muito magra, já lavei roupa pra ganhar dinheiro, já planejei minha gravidez junto da pessoa que amo e fiz minha Cesária, já fui babá, já usei aparelho, já fiz clareamento dentário,já morei de favor na casa de tios, já ganhei o último celular do momento,já gastei horrores em salão de beleza, conheci aquela praia dos meus sonhos, já vesti roupa emprestada da vizinha, já passei em dois vestibulares em universidades federais sem estudar, já estudei em uma faculdade particular, já me casei no civil, já ganhei uma motocicleta ejá ganhei festa de aniversário surpresa, etc.
Vivi os dois lados das bases da sociedade (pobreza e riqueza), conheço a realidade da vida e aprendi a amar-me e aceitar-me tal como sou, pois a maturidade me trouxe a individualidade e a sabedoria que um dia sonhava ter para viver nesse mundo.
Você deve estar me achando modesta ao citar essas coisas, mas é que costumo lembrar e valorizar tudo o que já conquistei na minha vida e procuro não esquecer-me de cada segundo vivido, seja de felicidade ou de tristeza. O quanto Deus participou em todas essas conquistas.
Inveja? De quê? Pra quê? De quem?
Isso fica pra quem perdeu algo pra outra(o), uma disputa nesse jogo da vida que jogamos sem saber e sem muito menos escolher ou conhecer nosso adversário, tipo ex-mulher ou ex-marido, ex-namorada(o), ex-ficante, etc.Até mesmo aquele seu vizinho sem noção que adora fazer ou comprar as mesmas coisas que você. Oh gente sem noção! Ou será falta de personalidade?
[Fabíola Belleza]
Nenhum comentário:
Postar um comentário