quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mudança



Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos.
 [Luís de Camões]


Começar um novo ano é sempre cativante, até por que sempre se emana aqueles velhos paradigmas e conceitos de sempre, junto com aqueles mesmos “singles” que tocam e agitam as noites de réveillon. Estamos com sede do novo, de novas experiências e vivências que venham a nos surpreender, agradar nosso espirito e ego. Passar em algum concurso público, fazer aquela pós-graduação ou mestrado em sua área, encontrar um novo amor ou rever aqueles velhos amigos que a distância nos separou junto com os anos, etc.

Queremos tudo! A revolução, a falta de corrupção, emprego e educação para todos e continuamos em frente do computador, atualizando o facebook, Orkut, twittando ou batendo papo pelo velho conhecido MSN. Em meio a tantos gêneros digitais nos acostumamos e nos curvando diante de tantas coisas que poderiam se resolver caso  tivessemos outra postura ou conduta perante a vida.

Aprendi por um longo tempo a ter paciência, essa sim é bem empregada para as coisas do coração, mas pra nós que interagimos quase que 24 hs com outras pessoas, isso se torna quase impossível. Exija seus direitos, reivindique suas horas extras, não deixe pra depois o que se pode resolver agora, troque o presente do amigo oculto, exija qualidade no atendimento a sua saúde, vagas para matricular seu filho e não trate com prioridade quem te trata como opção ou que só te procura quanto quer algo em troca. Assim terás o retorno dos teus atos, pois estará ajudando a estas mesmas pessoas a conscientização que somos humanos e coração e principalmente exercer aquilo nem 1/3 dos brasileiros fazem: exercer a sua cidadania!
Faça algum curso, procure alguma atividade para exercita-se fisicamente e psicologicamente, pois nosso corpo é nossa morada essencial para a realização de nossos feitos. Procure algo diferente para sua leitura, deixando de lado aquelas escolhidas conforme seu gênero como de costume, pois só crescemos e amadurecemos quando somos “confrontados” com outras opiniões e realidades. Você só ira ganhar no final!

Mude a sua postura, como assim você faz comprando a roupa de ano novo, mudando muitas vezes o estilo do cabelo. Esvazie a mente e deixe-se embarcar nos delírios e sonhos do ano vindouro. E antes de mais nada, cuidado com o que pede na virada ou naquelas cartinhas que fazemos com nosso pedidos para o próximo ano e tenha cuidado principalmente com suas palavras e atitudes. Creia, tudo nos retorna, positivamente ou negativamente, como você assim o fizer!

Comecei a repensar assim no ano passado e neste velho ano tive alguns saldos positivos, pois nem sempre podemos ser atendidos 100% de nosso desejos e anseios.
Olhando para lá pra meados de fevereiro, eu percebo que todas as dificuldades, todos os sofrimentos, todas as lágrimas derramadas, os sorrisos forçados e disfarçados, as noites em claro com aquela sensação de que tudo sempre ia dar errado pra mim, me fizeram forte, muito forte hoje. Existem pessoas que fizeram me sentir assim humilhada, derrotada, arrazada e que fizeram-me questionar o por quê de minha existência e de tanto sofrimento. Hoje estão colhendo solidão e a indiferença. Mas isso passou...

Hoje só tenho a agradecer a essas pessoas e ao ano de 2001, pois sem eles eu não me tornaria quem sou agora. Não estou dizendo que hoje sou amiga das pessoas que me fizeram sofrer no passado. Não! Hoje eu posso passar diante delas com um grande sorriso no rosto e com um prestigio a mais de não ter me entregado aos golpes e trapaças da vida. Eu aprendi que a vida é minha, e ninguém pode me obrigar a não vivê-la, a minha maneira, modo e atitude! Cabe a você repensar e mudar esse novo ano!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Educar


A família deve ser e é a principal responsável pela formação do jovem cidadão e também a base importante no processo do crescimento e amadurecimento das crianças para o convívio em sociedade, o que não vem acontecendo nos nossos dias atuais. A violência, as drogas, a corrupção, a criminalidade e o egoísmo são frutos nada menos de nós mesmos. Frutos de sua criação. Assim como existe o criador existem as criaturas! Somos meros reflexos de nossa criação.

Uma boa educação nos tempos antigos e arcaicos de minha juventude vinha de berço, de dentro de casa, garantia uma base mais sólida e assegurava a seus respectivos filhos o contato com as adversidades culturais e sociais, características do período de maturidade. Hoje a sua ausência gera graves consequências em sua formação, alimentando valores egocêntricos, que levam os mais jovens ao mundo do vício, drogas e das futilidades.

Nossa sociedade atual passa por grandes transformações no processo de industrialização e globalização, que resultam em uma postura cada vez mais individualista por parte da maioria da população e dos novos “pais” que agora surgem devidos esses adventos. A entrada dos pais no mercado de trabalho e as largas cargas horárias a serem cumpridas diminuiu o tempo disponível para a dedicação aos filhos que, antes era dedicado quase que exclusivamente à formação das crianças. Conforme a psicóloga Marina S. Rodrigues Almeida, autora do artigo “A escola e a Família: Parceiros na Construção de Vínculos Afetivos afirma que as crianças estão chegando à escola sem a estruturação básica necessária, gerando uma grande perda de referência em relação aos valores considerados importantes para o desenvolvimento de uma base sólida tais como desrespeitar leis, agredir autoridades, etc. Segundo ela, não basta apenas os pais estarem presentes no seu âmbito familiar, é preciso saber educar de forma correta.

 “Se considerarmos que os pais sentem-se muito culpados por estarem fora de casa por muitas horas e que a vida que levam não é maravilhosa, já é um bom começo. “Normalmente agimos por compensação de nossos sentimentos, precisamos reconhecer que o mínimo que ficamos com os filhos deverá ser para cuidar e educar mesmo que isto pareça firmeza demais, pois só parece por que é necessário.”
A psicóloga ainda revela que a violência desencadeada pelos próprios pais é fruto de vários fatores sociais, econômicos, culturais, e sem dúvida emocional, perdendo-se a noção de que como é bom ser tratado dignamente com respeito, com diálogo, com humor, com amor, com ética... “A ordem neste momento é o diálogo, é permitir que nossos filhos brinquem de bandido-mocinho, policia-ladrão, que possam elaborar regras e leis, quem é do bem e do mal, através das brincadeiras tudo isto é possível sem machucar ninguém. O ser humano é único animal que precisa aprender a canalizar sua agressividade de forma adequada e criativa”. Qual a realidade da escola diante deste contexto? Esse pouco contato com os pais durante o dia-a-dia faz com que a responsabilidade do ensino aprendizagem da criança fique delegada à escola. Se antes, a escola desempenhava a ação de educadora profissional, hoje das muitas vezes, desenvolve também o papel de primeira formadora da consciência cidadã dos jovens.

Quando a família não dispõe de tempo ou condições para dar a base afetiva e educadora à criança, além de iniciar a vida escolar de forma bastante fragilizada, ela pode desenvolver carências que vão além do âmbito escolar.

A escola é considerada a extensão da família e, trabalhando juntas, as duas instituições desempenham o papel de educadores. “Podemos solicitar que a escola crie cursos, oficinas, palestras com profissionais, que as reuniões de pais sirvam também para discutirmos temas polêmicos ou novidades da ciência e não só o desempenho dos nossos filhos, ouvir reclamações, pedir a colaboração para APM, etc., não desqualifico estes avisos, mais acredito que podemos conviver com as duas propostas e com certeza a carga de problema e conflitos escolares diminuirá.”

Muitas vezes, não é simplesmente a educação somente que leva a criança a ter solidez e confiança naquilo que faz. Amor e atenção também são importantes.  Os pais podem se fazer presentes por meio de telefonemas no meio da tarde, de bilhetes deixados em lugares estratégicos e de tarefas colaborativas para a dinâmica familiar.

“A felicidade dos nossos filhos geralmente inclui também a alegria dos pais. Portanto a melhor saída é caminhar próximo dos filhos, pois só assim todos vão chegar ao mesmo objetivo.”