A família deve ser e é a principal responsável pela formação do jovem cidadão e também a base importante no processo do crescimento e amadurecimento das crianças para o convívio em sociedade, o que não vem acontecendo nos nossos dias atuais. A violência, as drogas, a corrupção, a criminalidade e o egoísmo são frutos nada menos de nós mesmos. Frutos de sua criação. Assim como existe o criador existem as criaturas! Somos meros reflexos de nossa criação.
Uma boa educação nos tempos antigos e arcaicos de minha juventude vinha de berço, de dentro de casa, garantia uma base mais sólida e assegurava a seus respectivos filhos o contato com as adversidades culturais e sociais, características do período de maturidade. Hoje a sua ausência gera graves consequências em sua formação, alimentando valores egocêntricos, que levam os mais jovens ao mundo do vício, drogas e das futilidades.
Nossa sociedade atual passa por grandes transformações no processo de industrialização e globalização, que resultam em uma postura cada vez mais individualista por parte da maioria da população e dos novos “pais” que agora surgem devidos esses adventos. A entrada dos pais no mercado de trabalho e as largas cargas horárias a serem cumpridas diminuiu o tempo disponível para a dedicação aos filhos que, antes era dedicado quase que exclusivamente à formação das crianças. Conforme a psicóloga Marina S. Rodrigues Almeida, autora do artigo “A escola e a Família: Parceiros na Construção de Vínculos Afetivos afirma que as crianças estão chegando à escola sem a estruturação básica necessária, gerando uma grande perda de referência em relação aos valores considerados importantes para o desenvolvimento de uma base sólida tais como desrespeitar leis, agredir autoridades, etc. Segundo ela, não basta apenas os pais estarem presentes no seu âmbito familiar, é preciso saber educar de forma correta.
“Se considerarmos que os pais sentem-se muito culpados por estarem fora de casa por muitas horas e que a vida que levam não é maravilhosa, já é um bom começo. “Normalmente agimos por compensação de nossos sentimentos, precisamos reconhecer que o mínimo que ficamos com os filhos deverá ser para cuidar e educar mesmo que isto pareça firmeza demais, pois só parece por que é necessário.”
A psicóloga ainda revela que a violência desencadeada pelos próprios pais é fruto de vários fatores sociais, econômicos, culturais, e sem dúvida emocional, perdendo-se a noção de que como é bom ser tratado dignamente com respeito, com diálogo, com humor, com amor, com ética... “A ordem neste momento é o diálogo, é permitir que nossos filhos brinquem de bandido-mocinho, policia-ladrão, que possam elaborar regras e leis, quem é do bem e do mal, através das brincadeiras tudo isto é possível sem machucar ninguém. O ser humano é único animal que precisa aprender a canalizar sua agressividade de forma adequada e criativa”. Qual a realidade da escola diante deste contexto? Esse pouco contato com os pais durante o dia-a-dia faz com que a responsabilidade do ensino aprendizagem da criança fique delegada à escola. Se antes, a escola desempenhava a ação de educadora profissional, hoje das muitas vezes, desenvolve também o papel de primeira formadora da consciência cidadã dos jovens.
Quando a família não dispõe de tempo ou condições para dar a base afetiva e educadora à criança, além de iniciar a vida escolar de forma bastante fragilizada, ela pode desenvolver carências que vão além do âmbito escolar.
A escola é considerada a extensão da família e, trabalhando juntas, as duas instituições desempenham o papel de educadores. “Podemos solicitar que a escola crie cursos, oficinas, palestras com profissionais, que as reuniões de pais sirvam também para discutirmos temas polêmicos ou novidades da ciência e não só o desempenho dos nossos filhos, ouvir reclamações, pedir a colaboração para APM, etc., não desqualifico estes avisos, mais acredito que podemos conviver com as duas propostas e com certeza a carga de problema e conflitos escolares diminuirá.”
Muitas vezes, não é simplesmente a educação somente que leva a criança a ter solidez e confiança naquilo que faz. Amor e atenção também são importantes. Os pais podem se fazer presentes por meio de telefonemas no meio da tarde, de bilhetes deixados em lugares estratégicos e de tarefas colaborativas para a dinâmica familiar.
“A felicidade dos nossos filhos geralmente inclui também a alegria dos pais. Portanto a melhor saída é caminhar próximo dos filhos, pois só assim todos vão chegar ao mesmo objetivo.”
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