domingo, 29 de janeiro de 2012

Viagem Espiritual II

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)

Assistindo um programa de televisão, com uma reportagem que trazia uma mensagem de início muito linda e que minha amiga virtual Denise Aguilar costuma sempre utilizar nos final de seus e-mails que tem muito haver com o momento em que estou vivenciando.
Talvez daqui há alguns anos me conecte novamente a este blog, só para releitura junto de minha amada filha, pois cada texto que tenho postado remete-se a fases e momentos preciosos que projetei nessa minha jornada existencial.
Pensei em apagar o texto anterior, justamente por estar no calor do momento e por ainda não ter compreendido na decisão de algumas pessoas se submeterem a certas religiões e ainda se alimentarem de fatos ocorridos no passado. Quase uma espécie de perseguição e que resolvi dar um basta ou querer aconselhar, sugerir ou recomendar uma saída para este tipo de pessoa que insiste em algo que não tem fundamento para que se prolongue mais fatos ocorridos no passado, virando uma espécie doença, obsessão, neurose, psicose, psicopatia etc...
O momento hoje é de calmaria, paz e tranquilidade. Sabe aqueles momentos marcantes que assistimos em determinados filmes românticos? Sei que ele está existindo e  acontecendo não por mera coincidência do destino. Ele foi por muitos anos esperado e almejado.
Foi preciso experimentar as piores dores do mundo, pelas quais estamos sujeitos, mas acredito que a principal peça fundamental para que tudo isso viesse acontecer, tenha sido a minha esperança, paciência e perseverança. Um dos meus sonhos foi ter um pai digno para minha filha, pois só eu sei o quanto sofri com a ausência e as consequências de sua falta de um. Nosso ponto referencial, junto com a nossa mãe. Desenvolvendo tudo isso em conjunto e com amor recíproco para a harmonia de nosso lar.

‎"Te­nho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída."
(Clarice Lispector)

E eis que hoje estou a desempenhar e viver este momento em sintonia, sem muita pressa e caminhando lentamente. Conquistando passo a passo aquilo que um dia havíamos perdido no compromisso de uma união estável. Sendo mais que meros marido e mulher, cumplíces e amantes de nossa história que começamos a trilhar. Mesmo que distante de uma grande metrópole ou de uma capital, com seus agitos e estresses, optamos pelo interior, justamente para confrontar com o momento que queríamos. Uma espécie de recomeço e de aprendizagem.
E como toda escolha gera renúncias, perdi algumas amizades e aproximei-me de outras que acreditava vincular-me. Outras se revelaram através do mercado de trabalho e do dinheiro que ele oferta. Fiquei triste também em ter acreditando também na falsidade e do bom senso de alguns, mais isso é assunto pra outro texto, deixa pra lá.
Descobri que o mais importante é o seu reconhecimento como pessoa, principalmente quando ele se torna evidente vindo das pessoas que amamos. Viver a dois não é fácil e minha mãe sempre me dizia também que não seria difícil, mas no final sempre vale a pena, quando se chega a seu objetivo.
Sou mera reprodução dos conceitos repassados por minha mãe, que não tem muito haver com a realidade atual. Às vezes chego inclusive a questionar-me quanto ao meu posicionamento e postura diante de nossa sociedade cada vez mais individualizada, buscando cada vez mais sua independência financeira e deixando em segundo plano o sonho familiar, o futuro de nossos filhos, o amadurecimento e o crescimento em conjunto. Pois da união nasce a nossa força!

"Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança."
(Lya Luft
)

Viva a família, as diferenças e os erros do passado, sem eles não seriamos o que somos hoje. E para aqueles que ainda não acreditam em tal mudança, olhe-se para si mesmo e veja se continua o mesmo de dois anos atrás? Somos imprevisíveis, mas também não somos ignorantes a vida toda, renegando a vida em família por uma longa caminhada solitária nas festividades de uma vida individual.

Nenhum comentário: