segunda-feira, 22 de abril de 2013

Vaidade



Você deve estar sentado(a) em frente ao computador, olhando aos milhares de fotos de seus amigos ou conhecidos e das centenas de pessoas frequentando e divertindo-se em lugares públicos através do diversos tipos de aplicativos de nossas redes sociais. Olhares marcantes, lugares deslumbrantes, corpos esculturais acompanhados de belas e inseparáveis “amizades” do imenso e badalado mundo social.

Interessante mesmo é o mesmo formato de foto, beleza, moda e padrão. Viagens, bebidas, lugares exóticos e bizarros, acompanhados de poses inusitadas e peculiares. Aventura e romance, adrenalina e êxtase, sofisticação e desenvoltura. Todos entrelaçados em um único objetivo: vender uma boa imagem, como aquela propaganda de absorventes que jura te conquistar com aquele mesmo mecanismo clichê da alegria, fantasia e bem estar. Caso este que não se concretiza ou mesmo realiza-se no mundo “normal”.

Somos cada vez mais reféns da indústria da beleza padrão, dos corpos e belezas esculturais, do belo e extravagante. Ai que saudade de revê aquelas senhoras e seus espartilhos, onde sua única vaidade era casar-se com alguém e construir uma linda família.

Tá bom já sei, estamos em pleno século XXI, na modernidade, das tecnologias e globalização, mas retroagimos como nunca termos dos nossos “modos, vivências e valores”.  Nossa vida são “flashs”, ao levantar e ao deitar, queremos ser famosos a todo tudo custo e o privado não nos convém. Legal mesmo é postar o que se come e como se veste.

Não foi tão cobiçado um “curtir” de seus amigos. Queremos um Big Brother nosso! Da nossa casa e principalmente do nosso banheiro e dos demais lugares. Sentir-se bem ao registrar tudo a cada segundo, sem ao menos nos darmos conta o quão isto pode ser perigoso e viciante.

O que serão dos álbuns de fotografia? Será que ainda existirão essas mesmas redes socais daqui há 10 anos? O que fará quando quiser recordar e mostrar essas mesmas fotos a alguém especial?

Bons tempos eram dos nossos diários de escola, onde eles guardavam nossos segredos, nos aceitavam como somos e nos dava o direito de guarda-los o tempo que fosse, com todos os apetrechos possíveis.(canudinhos, embalagens, flores, etc)

Que possamos sim, utilizar todos os meios e redes de informações possíveis, mais com a consciência de não sermos meros reféns deles. “Quem é a máquina e quem é a criatura?”

[Fabíola Freitas]