Você deve estar sentado(a) em
frente ao computador, olhando aos milhares de fotos de seus amigos ou
conhecidos e das centenas de pessoas frequentando e divertindo-se em lugares
públicos através do diversos tipos de aplicativos de nossas redes sociais.
Olhares marcantes, lugares deslumbrantes, corpos esculturais acompanhados de
belas e inseparáveis “amizades” do imenso e badalado mundo social.
Interessante mesmo é o mesmo
formato de foto, beleza, moda e padrão. Viagens, bebidas, lugares exóticos e
bizarros, acompanhados de poses inusitadas e peculiares. Aventura e romance,
adrenalina e êxtase, sofisticação e desenvoltura. Todos entrelaçados em um
único objetivo: vender uma boa imagem, como aquela propaganda de absorventes
que jura te conquistar com aquele mesmo mecanismo clichê da alegria, fantasia e
bem estar. Caso este que não se concretiza ou mesmo realiza-se no mundo “normal”.
Somos cada vez mais reféns da indústria
da beleza padrão, dos corpos e belezas esculturais, do belo e extravagante. Ai
que saudade de revê aquelas senhoras e seus espartilhos, onde sua única vaidade
era casar-se com alguém e construir uma linda família.
Tá bom já sei, estamos em pleno
século XXI, na modernidade, das tecnologias e globalização, mas retroagimos
como nunca termos dos nossos “modos, vivências e valores”. Nossa vida são “flashs”, ao levantar e ao
deitar, queremos ser famosos a todo tudo custo e o privado não nos convém.
Legal mesmo é postar o que se come e como se veste.
Não foi tão cobiçado um “curtir”
de seus amigos. Queremos um Big Brother nosso! Da nossa casa e principalmente
do nosso banheiro e dos demais lugares. Sentir-se bem ao registrar tudo a cada
segundo, sem ao menos nos darmos conta o quão isto pode ser perigoso e
viciante.
O que serão dos álbuns de
fotografia? Será que ainda existirão essas mesmas redes socais daqui há 10
anos? O que fará quando quiser recordar e mostrar essas mesmas fotos a alguém especial?
Bons tempos eram dos nossos
diários de escola, onde eles guardavam nossos segredos, nos aceitavam como
somos e nos dava o direito de guarda-los o tempo que fosse, com todos os
apetrechos possíveis.(canudinhos, embalagens, flores, etc)
Que possamos sim, utilizar todos
os meios e redes de informações possíveis, mais com a consciência de não sermos
meros reféns deles. “Quem é a máquina e quem é a criatura?”
[Fabíola Freitas]
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