sábado, 29 de outubro de 2011

A pior preguiça


“Você sabia que, em média, as pessoas passam 70% do seu tempo vivendo o passado, 20% vivendo o futuro e somente 5% vivendo o presente”?

Uma das maiores dificuldades no entendimento entre as pessoas é o entendimento em si mesmo. Quando estamos começando a nos inclinar para o entendimento, balançamos a cabeça e jogamos tudo para o ar. E a primeira coisa que nos vem à cabeça, é: por que perder tempo pensando em coisas esquisitas? E nem nos tocamos que nós é que somos esquisitos. Que ainda não nos mancamos para fato de que o futuro não nos pertence; o passado já nos pertenceu, mas faz parte do passado; que apenas e só o presente nos pertence e que devemos aproveitá-lo, minuto a minuto, até que ele deixe de ser presente. Que quando ele sai o futuro chega, mas já como presente. E é aí que devemos fazer tudo que pudermos fazer para o futuro que é amanhã. Não balance a cabeça. Não jogue fora esse pensamento que é fundamental para seu crescimento. Prendendo-se a ele você descobre que seu tempo não é infinito como você pensa. Tudo o que você tiver que fazer para o futuro, faça agora.

Faça tudo o que tem pra fazer, da melhor maneira que você puder fazer. É o resultado do que você faz hoje, que vai lhe dar o que você quer, no futuro. E repetimos: o futuro é amanhã. E quer saber de uma coisa? Você nunca esteve nem aí para seu futuro. E isso acontece mesmo com os que vivem se estafando para criar um futuro promissor. Precisa se estafar não. É só fazer o que deve fazer como deve ser feito, e pronto. E como deve ser feito, você já sabe. É só fazer bem feito o que quer que você faça. Já lhe falei aqui, daquele faxineiro de uma empresa paulista onde eu trabalhava. Numa manhã, estávamos numa reunião de lideranças na gerência-industrial. Por um acaso o diretor da empresa estava presente à reunião. Num mero e simples comentário, o gerente industrial disse estar precisando de uma pessoa confiável para ocupar uma vaga de auxiliar num determinado setor. Num lance, o diretor da empresa levantou o indicador e falou:

- Taí... Pega aquele faxineiro da portaria. Todos os dias eu passo por alí e o observo. É um funcionário exemplar.

Todos nos olhamos sem entender. Mas foi assim que aquele faxineiro foi promovido e nunca soube que fora indicado pelo diretor da empresa. E não era uma empresa pequena. Claro que ele foi submetido a testes de competência, mas aprovado em todos. E está provado que sua competência você a prova fazendo com competência o que quer que você faça. Não importa se é na diretoria ou na faxina da empresa. Pense nisso.

Afonso Rodrigues de Oliveira - Articulista - afonso_rr@hotmail.com 
[http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=118431]

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O fogo do inferno


A História da Humanidade está repleta de casos em que civilizações ou autoridades usaram o nome de Deus para aniquilar pessoas, extinguir populações ou escravizar povos. As sanguinárias Cruzadas são apenas um desses casos. E muita gente foi levada para a fogueira por desafiar os preceitos da Igreja ou por simplesmente afirmar que a Terra era redonda.

Séculos se passaram, o mundo se tornou uma aldeia global, as religiões avançaram e se diversificaram, a internet abriu a mente das pessoas e hoje os cientistas já não falam mais em contestar a existência de Deus – mesmo que Ele tenha outro nome ou que não seja da forma que as religiões apregoam.

Porém, ainda existem pessoas que pensam e agem exatamente como nos tempos da escuridão, quando um curandeiro qualquer era lançado vivo na fogueira da Inquisição acusado de bruxaria, portanto agindo contra os preceitos divinos instituídos pelos “representantes de Deus na Terra”.

Muitos usam a religião não para libertar as pessoas e expandirem suas mentes, mas para alienar, ocultar, amedrontar, dividir, discriminar e até mesmo para enriquecer a custa de quem é capaz de dar tudo em troca da benevolência de Deus para que Ele não lance o pecador no fogo do inferno ou no tenebroso purgatório enquanto expia suas culpas na sua vida terrena.

Há os religiosos que não se cansam de se auto-proclamarem os enviados com autorização de Deus para dizer quem vai ou não para inferno, quem deve ou não ser eleito, quem é puro ou não. Existem até os que estão prontos para dizer que só o fato de ser diferente, de ser homossexual, não tem o acolhimento do Senhor Altíssimo.

O tempo das trevas do passado da Humanidade vive presente na Era da luz e dos kbytes. Estamos cercados de doutores hipócritas prontos para acusar e tornar a religião um instrumento de manipulação e medo. É como se o Deus governasse o mundo com um chicote nas mãos para surrar sem piedade, assim como faziam os senhores do engenho.

Liga-se a TV nas madrugadas e logo se percebe o circo eletrônico do horror, onde homens e mulheres desvalidos se submetem a uma lavagem cerebral do pânico espiritual. É como se aceitar Deus só funcionasse na igreja deles, na religião deles, da forma que eles querem, do jeito que eles propõem.

Há igrejas que inclusive passam mais tempo falando do demônio do que necessariamente do amor de Deus. Desvalidas de uma saúde pública de qualidade, vivendo numa sociedade doente e desgarradas dos sentimentos mais comezinhos do ser humano, as pessoas vão se entregando às manipulações das religiões em troca de um deus que promete casa e carro do ano. E seguimos “cheio de vazios”, achando que a perfeição é estar entre “os eleitos”, enquanto quem está fora merece o fogo do inferno pela eternidade.

[Jessé Souza *]
* Jornalista - jesse@folhabv.com.br - Twitter: http://twitter.com/JesseSouza

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Você é um robô?


Pane no sistema alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo

Lembro-me quando era criança das fantasias que cercavam meu mundo imaginário quanto ao futuro. Os desenhos da família Jetson me impressionavam e faziam-me viajar e transportar para a era da tecnologia. Os jogos que praticávamos na escola não mexiam tanto com esse mundo imaginário, pois o pega-pega, o esconde-esconde, o jogo de peteca turbinavam minha adrenalina, o suor e a minha pulsação, mas não tocavam tanto nos meus sonhos, no meu subconsciente.

Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado 

Mas ao contrário do que se imaginava a era robótica já vivia e por incrível que pareça já existia. Pasmem. Ao contrário do que eu pensava os robôs  já estavam à solta por toda parte e somente nós não ainda não os percebíamos, até porque muitas em fases somos nós os robôs. Sim, isso mesmo somos nós os robôs sociais, criados por princípios sem nos questionarmos o por que de tantas coisas impostas, tais como os padrões sociais,beleza, moda, alimentação, comportamento, etiqueta, ideologia, etc.
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema

Sim, desde que nascemos somos influenciados, pela nossa religião, pelo nosso país, pela nossa família, pelos meios de comunicação etc. Sim aqueles ou aquilo que nós mais deveríamos confiar, simplesmente nos implantam um chip assim como os seus pais o fizeram. Fazendo-nos agir como eles querem, como a sociedade pede, como o sistema obriga. O pior de tudo é que criamos um sistema de destruição aos robôs "fora de série" entre essas técnicas estão o preconceito, a censura, a exclusão social, as guerras, mentiras etc.
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
[Admirável Chip Novo – Pitty]

O mais triste é que essa robotização não é tão moderna quanto se pensa. Se voltarmos um pouco no tempo lembrará-nos das ditaduras militares que vivemos devido ao comunismo que se estendia por nosso território. Ou mais antigamente quando a igreja queimava os tidos hereges apenas por pensarem de maneira diferente, como Joana Darc.

Cedo ou tarde você descobrirá a diferença entre saber o caminho e percorrer o caminho. [Matrix]

E na atualidade o maior método de desligamento do nosso "chip" é a exclusão social, excluindo cada dia mais pessoas pois o capitalismo te faz agir e pensar igual e caso não faça parte desse sistema, será automaticamente deletado, xingado, zuado, e é nesse momento que você tem duas escolhas entrar na depressão e tentar se tornar um novo robô. Caso não aceite nade contra corrente, busque fazer a diferença, prove o seu verdadeiro valor como o pessoal da CUFA ( Central Única das Favelas).

Eu lhe mostro a porta, mas é você que tem que atravessá-la. [Matrix]

Vamos nos transformar em robôs fora de série, transformar nosso mundo em algo descente para se viver e conviver, pois a realidade é visível a todos os olhos, pena que nem todos a conseguem enxergar.

 [Fabíola Freitas]

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Herói ou vencedor?



“A verdade não se torna mais verdade pelo fato de todo mundo acreditar nela. Nem tampouco pelo fato de todo mundo discordar dela”.

É fato que o exemplo é a melhor didática. Mas mais importante é saber como e o que deve ser considerado como exemplo. Há exemplos que são se expõem ou não são vistos pelos menos avisados. Sei o quanto é difícil fazer uma pessoa acreditar no que dizemos para ser seguido, quando não há exemplo claro e visível de que seguimos e conseguimos. Ainda consideramos o valor da vitória quando ela vem da luta renhida, quase sempre medida pela força física. Não damos muita importância ou consideramos milagre ou coisa assim, quando os resultados são claros, mas não vêm da luta física. Ainda achamos bonito, mas não procuramos entender, o dito de que “O mundo de hoje está para os vencedores e não para os heróis”. Ainda não entendemos que só vencemos quando somos os melhores e, nem sempre, os fisicamente mais fortes. Nem sempre prestamos atenção aos realmente vencedores que venceram na luta silenciosa. Até mesmo os que não obtiveram resultados satisfatórios, mereceram nossa admiração pela luta desigual, aparentemente, invencível.

A vitória está sempre ao nosso alcance. Nós é que nem sempre estamos aptos e prontos para pegá-la; corremos de olhos vendados e depois nos lastimamos, alegando que não conseguimos alcançá-la. Meu maior espelho de exemplo de luta silenciosa e de vitória dignificante é a do Alexandre Magno Rodrigues de Oliveira. Em 1999 ele recebeu do medico, o diagnóstico de uma doença incurável e com óbito para o fim do ano de 2001. Iniciou-se aí a luta silenciosa, sem o arrufo do heroísmo. No natal de 2001, sentamo-nos à mesa para o café da manhã e ele me falou:

- Pai... Esse vai ser meu último natal e gostaria de passá-lo com minha família em Roraima.

Viemos e voltamos. Em junho de 2002, à mesa do café, ele falou:

- Pai... Se essa doença não me matou até hoje, não vai ser ela que vai me matar. Está definido e fim de papo.

Naquela noite ele matriculou-se num pré-vestibular. Em fevereiro de 2003 iniciou o curso de Linguística na USP. Em fevereiro de 2008 formou. Como aquele cara, sem os movimentos nos braços e mãos conseguiu se formar com notas dignas, não tenho como explicar, apesar de tê-lo acompanhado como se deve acompanhar quem luta pra realmente vencer. Embora ele seja considerado um herói, prefiro mantê-lo no rol e pódio dos VENCEDORES. E é ele que me faz falar com segurança, quando lhe digo que nunca duvide do poder que há dentro de você. É só saber usá-lo. Pense nisso.


[Afonso Rodrigues de Oliveira * - Articulista - afonso_rr@hotmail.com]
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=117979

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Meu coração está aos pulos!

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.


Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: “Não roubarás”, “Devolva o lápis do coleguinha”, "Esse apontador não é seu, minha filhinha”. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.



Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem!



Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba” e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.


Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas,
se a gente quiser, vai dá para mudar o final!

(Elisa Lucinda)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A melhor definição de filhos.


"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo". [José Saramago] 

Feliz Dia das Crianças!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Professor


“Se você puder ler isso, agradeça a um professor”. (Anônimo).

Chega à sala e com um simples olhar, tem uma visão geral de tudo o que ocorre. Diagnostica seus alunos através de pequenas folhas e rabiscos que serão lançadas posteriormente em seus planos de classe. Traça o perfil de seu alunado através do bate-papo e do contato estabelecido com todos seus aprendizes.

Para alguns alunos é um ídolo, um ícone ou herói no seu novo mundo, esse que inicia-se agora, o universo escolar,  necessitando-lhes ser imitado e copiado no intuito de chamar-nos a atenção. Para outros um tirano, desafiador ou “Caxias”, exigindo atenção e agilidade no cumprimento de seus deveres.

Ser professor é um dom, pois entramos nas casas de milhares de brasileirinhos deste imenso Brasil, através de seus filhos. Marcamos desde a infância até a sua formação profissional, através das mais variadas redes de estudo do nosso imenso país. Quem não se lembra de um professor em especial que marcou sua infância?



“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. (Cora Coralina)

Ajudamos com o melhor que temos: a paciência e a dedicação. Somos à base, pontos referenciais do todos, em conjunto com a escola  e sua família. Isso mesmo! Se trabalhássemos em conjunto talvez as coisas não estivessem tão ruins assim, sem contar a falta de materiais e recursos para o bom desenvolvimento de nossas aulas. Ou será que ainda teremos que ficar presos ao quadro branco, lousa e o giz? 

“Diga-me eu esquecerei, ensina-me e eu poderei lembrar, envolva-me e eu aprenderei”. (BenjaminFranklin)
Pena que ainda existem políticos que acreditam que policiais rodoviários federais tenham mais responsabilidades e sejam mais importantes que nossa categoria, basta analisarmos suas remunerações que chega a indignar qualquer médico e quem dirá um simples professor, que os forma para futuramente exercerem esta profissão.

“O amor recíproco entre quem aprende e quem ensinam é o primeiro e mais importante degrau parase chegar ao conhecimento”. (Erasmo)

Todos os conflitos que cercam nossa sociedade refletem em sala. Homossexualismo, preconceito, brigas, violências, drogas, gravidez, depressão, estresse, traumas, etc. Somos psicólogos de nossos alunos, ensinando-os a lidar com as diferenças sejam elas quais forem...
 
Somos além de tudo sua segunda família, uma segunda mãe, tia, melhor amigo(a), etc. E aproveitando a data que se aproxima, venho homenagear a todos os meus companheiros de profissão por este árduo trabalho diário, que nos desmotiva as vezes, mais que nos propicia momentos impares de emoção e satisfação do dever cumprido. Parece que cada obstáculo que encontramos nos motiva, mais e mais a sermos quem somos...
Meros professores de nossa pátria amada!

Feliz Dia do Professor!